Noções de Radiação Eletromagnética.
Pedro Cores Úria, Geobiólogo e pesquisador de eletromagnetismo. Coordenador de GEA em Andaluzia oriental (Espanha). Tradução Eng. Douglas Brevigliero
Diz-se que um objeto tem carga elétrica quando atraí ou repele pequenos fios de seda.
Se atritarmos um esquadro ou régua de plástico poderemos atrair pedaços de papel para a régua. Podemos afirmar então que a régua esta carregada eletricamente diferente dos pequenos pedaços de papel.
Uma carga elétrica pontual induz ao seu redor um campo elétrico, formando esferas de campos equipotenciais.
No caso anterior da régua, os pedaços de papel são atraídos quando se encontram dentro do campo elétrico induzido pela carga elétrica da régua.
Uma carga elétrica sofre um campo de atração ou repulsão em relação a outra carga quando se encontra dentro do campo elétrico desta primeira carga.
A carga elétrica não se define, é definida como uma dimensão experimental básica.
Assim sua unidade é definida comumente proporcional à distância mínima do ponto à linha da corrente.
Em uma linha de corrente alternada monofásica, o campo magnético alternado é tão rápido que uma bússola não tem tempo de mudar de posição por que permanece parada, como se não houvesse um campo que a altere.
Na figura se vê uma linha que representa um condutor elétrico que circula uma corrente elétrica alternada, que induz campos magnéticos variados.
A direção das setas das circunferências, que estão no plano perpendicular à linha do condutor, indicam a direção e o sentido do fluxo do campo magnético induzido e as da linha reta, o sentido da corrente alternada, para a qual as cargas elétricas positivas circulam, com o sinal +, e negativas com o sinal -.
A intensidade de fluxo magnético, B, induzido por uma linha reta e muito longa, como acontece nas linhas de alta tensão, vem definida pela fórmula da figura, na qual I é a intensidade em ampères, a é a distância mínima que está a metros do ponto a medir e perpendicular para a linha, (neste caso a é semelhante ao raio da circunferência) é a permeabilidade magnética no vácuo, igual a 4x/107, e B é o fluxo do campo magnético medido em Tesla.
O dobro da distância do cabo condutivo da eletricidade, o campo magnético induzido diminui pela metade.
Tem que levar em conta que as linhas de alta tensão são sempre três cabos ou múltiplos de três, por ser trifásica a máquina que produz corrente elétrica, e se as três fases estivessem com a mesma intensidade (o mesmo consumo) e muito próximas, a resultante do campo magnético alternado seria 0; mas isto não acontece normalmente e a diferença de carga por fase e a distância entre os cabos faz induzir um campo magnético alternado até vários metros de distância.
A forma do campo magnético alternado induzida pela corrente elétrica nos outros casos (transformadores, motores, cabos domésticos, antenas de radiofreqüência e telefonia móvel, radares, etc.) depende da posição dos condutores e dos materiais que intervêm, se são magnéticos ou paramagnéticos.
No caso das antenas fixas de telefonia móvel, o campo magnético alternado com a freqüência de microondas, é direcional e com polarização vertical. Os telefones móveis emitem unidirecionalmente com polarização vertical. A forma do campo da antena fixa é diferente a do telefone móvel.
Nas instalações de nossas moradias é muito importante que a fase sempre vai acompanhada do neutro de forma que os campos alternados emitidos se neutralizem o máximo possível. Nos circuitos comutados, às vezes o instalador distribui a fase por um lado e o neutro para outro, formando um circuito fechado, criando dentro desse circuito um campo magnético alternado que pode superar os 100 nT, afetando uma residência quando é ascendida uma luz.
A energia transmitida pelas antenas é proporcional à freqüência: quanto mais freqüência mais energia emitida e portanto mais energia recebida.
A freqüência é a velocidade da luz dividida pela longitude de onda.
A longitude de onda é a velocidade da luz dividida pela freqüência.
A longitude de onda do campo magnético induzido pela corrente alternada de 50 Hz, a freqüência que temos na Europa, é 300.000 km/50 Hz = 6.000 Km de longitude de onda.
A longitude de onda da telefonia móvel da faixa de 900 MHz é 300.000 Km /900.000.000 Hz = 0,333 metros = 33,333 cm. Os novos telefones com uma freqüência de 1,8 GHz, a longitude de onda é 16,666 cm.
Lei de Faraday:
A variação do fluxo magnético que cruza com o circuito condutivo da eletricidade origina nele uma corrente elétrica; a força eletromotriz de indução tem o valor da velocidade de variação do fluxo.
Aplicando esta lei, pode-se dizer:
Um campo magnético alternado induz uma corrente elétrica alternada de mesma freqüência para todo o condutor em curto-circuito que está dentro de sua ação.
Um campo magnético alternado induz cargas elétricas num condutor aberto.
Nosso corpo tem partes condutoras de eletricidade e partes que não são.
Quando estamos sujeitos a um campo magnético alternado induzido por uma máquina, uma linha de alta tensão, um transformador, antenas de freqüência de rádio, radares e/ou de telefonia móvel, se induzem correntes elétricas em partes do nosso organismo que são condutoras de eletricidade: as fibras nervosas, e nas partes com maior concentração de água de nosso organismo.
Quando uma corrente elétrica circula por um condutor se produz um aquecimento do mesmo em função da intensidade da corrente e da resistência do condutor.
As conseqüências destas correntes elétricas em nosso organismo são o aquecimento em nossas partes condutoras de eletricidade, uma interferência com nossas partes elétricas que transmitem as informações em nosso organismo e a influência em certas reações bioquímicas fundamentais: tudo isso supõe uma alteração de nossa saúde.
Este fenômeno de indução de correntes elétricas em nosso organismo é um fenômeno físico com conseqüências biológicas.
A telefonia digital tem a onda portadora na faixa do 900 MHz(0,9 GHz), e os impulsos digitais são de 217 Hz(ciclos por segundo), com alguns picos de intensidade muito alta. Esta freqüência interfere com as correntes alternadas de parte de nossos “circuitos” cujas freqüências vão de 150 a 300 Hz. Para ser transmissão digital, se fazem cortes da onda portadora quase instantâneo por isso que aplicando a lei de Faraday, se induzem correntes elétricas de mais volts que as de telefonia analógica, a que não é digital.
Ao aumentar a freqüência, a energia emitida é suficientemente alta para aumentar a temperatura de partes de nosso corpo.
A freqüência dos fornos de microondas de uso doméstico é de 2,4 GHz que se utiliza para aquecer os alimentos com muita concentração de água, por isso, quando é introduzido no forno de microondas um copo de cristal com água, se esquenta a água enquanto o copo está frio, e o cristal esquenta por condução devido o contato com a água quente.
A freqüência dos radares está na gama dos fornos de microondas domésticos e com as mesmas conseqüências.
A freqüência dos telefones móveis é de 0,9 e 1,8 GHz que produzem efeitos semelhantes ao dos fornos de microondas de uso doméstico.
É inquestionável que os campos magnéticos alternados que são gerados por antenas de radiofreqüência, telefonia móvel, linhas transportadoras de eletricidade de alta e baixa tensão, transformadores de alta e baixa tensão, motores elétricos e outras máquinas elétricas, induzem campos magnéticos alternados no seu ambiente.
É inquestionável que ao estar expostos a campos eletromagnéticos alternados induzem correntes elétricas em nosso organismo.
É inquestionável que estas correntes elétricas induzidas interferem em nossa saúde.
Pode-se considerar uma alteração em nossa saúde causada por esta indução de correntes elétricas no nosso organismo?.
Analisando nosso critério, SIM
Qual a intensidade de fluxo magnético que pode gerar uma alteração de nossa saúde?
A partir de 10-15 nT em baixa freqüência (50 Hz) e de 0,1 µW/cm2 (micro watts por centímetro quadrado), ou menos, em telefonia móvel. Isto é igual a uma distância média para a antena emissora, dependendo da potência emitida, de uns 600 metros.